A minha primeira vez foi cheia de imprevisto e lances engraçados marcando de forma indelével a vida desse caipira. Até hoje sinto um misto de vergonha e frio quando recordo a cena que se deu na casa do meu patrão: eu saindo do quarto da empregada com a calça desabotoada e meio sem jeito dou de cara com ele no corredor.
Ele morava na cidade e sempre nos finais de mês íamos a sua casa receber o salário e já fazer compras para passar os próximos trinta dias. Eu contava na ocasião com 18 anos e ainda não havia passado por essa inusitada experiência, pois era um matuto que pouco saia das redondezas da minha roça e por ali onde eu vivia cuidando dos animais e das plantações era praticamente impossível viver tal experiência. Mas ela aconteceu. Não fosse esse imprevisto da calça arreada diante do patrão tudo teria sido maravilhoso.
Ocorreu que na sala do escritório em meio aos demais funcionários passei a sentir algo estranho e quase incontrolável. Por ser muito tímido e não estar acostumado com o ambiente da cidade senti dificuldades para controlar e resolver tal situação. Ao ver a empregada, que nos servia um cafezinho, a chamei do lado e falei da minha situação. Mui gentilmente recolheu as xícaras e me chamou para a cozinha. Eu, muito envergonhado, acompanhei seus rebolados pelo corredor que levava até seu quarto nos fundos da casa. Abriu a porta e apontando para uma portinha mais estreita disse-me meigamente: _ fique à vontade, é todo seu.
Bastante sem jeito e apavorado pela premente necessidade demorei muito para decidir, pois olhava para o bidê e achava uma coisa meio estranha, olhava para o vaso sanitário e me parecia uma coisa desarranjada. Não dava para agachar em cima daquele negócio meio alto. Sabia vagamente que o pessoal da cidade tinha um jeitão esquisito de cagar sentado. Experimentei baixar a calça e sentar naquele coisão branco de louça. Quando encostei a bunda estava tão frio que me pus de pé imediatamente e a vontade foi apertando. Imaginei em resolver do meu jeito e disse pra mim mesmo: “vou agachar em cima dessa panela de porcelana com a calça na altura do joelho”. Não podia erguer uma das pernas para subir, fiquei em volta daquilo como um frango tentando andar na peia ameaçando subir e não podia abrir as pernas. A vontade foi apertando, eu já suava frio e lembrava das moitas de bananeira e das restingas nas beiras dos rios. Tudo isso piorava a situação.
Segurei no registro de água embutido na parede e fui dando um jeito tentando subir com a calça na curva, pois imaginava impossível ficar em pé em cima daquilo para depois descer a calça e agachar. Com muita dificuldade consegui dar com os dois pés sobre o vaso sanitário, agachei rapidamente e, como a situação exigia, o produto desceu de forma veemente. Ao chocar com a água, espirrou em minha bunda já molhada de suor. Ao sentir os respingos gelados nas nádegas, instintivamente me pus de pé de forma atabalhoada, escorregando do vaso. Corri a mão na parede buscando o tão amigo registro de água, mas foi em vão. A um metro do vaso choquei-me com o lavatório onde uma saboneteira de metal foi arremessada de encontro à lixeira. Por fim, fui barrado pela porta onde dei de cabeça derrubando um secador de cabelos que estava ali pendurado.
Com tamanho estardalhaço, em um segundo todos da casa correram para averiguar quando eu apavorado abri a porta e antes de erguer a calça dei de cara com meu patrão.
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Um comentário:
Rssss....
Muito bom esse texto ...estou rindo e não consigo parar...rsss
Abraço!
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