Tio Joaquim, já de cabeça branca, provavelmente com mais de cinquenta, vende seu sítio a um oportunista qualquer, abandona o rio Bauru e muda para a cidade trazendo consigo apenas a sabedoria cabocla. Passava horas a observar o movimento daquela florescente cidade de porte médio, que para ele tinha agitação de uma grande metrópole.
Certo dia saiu-se com esta: “Uma cidade grande como Bauru é como um tacho de melado, verve dia e noite. Enquanto o centro do tacho vai vervendo vai jogando a escuma pras beradas”.
Mesmo sem nunca ter ouvido falar em funcionário fantasma e inchaço da máquina pública, sempre que ia a uma repartição voltava espantado com o número de funcionários e afirmava que era impossível exercer qualquer controle sobre tantos empregados. Garantia que dia de pagamento até ele poderia entrar na fila que o patrão pagava.
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