no empoeirado curral de minha infância
meu pai campeava o gado.
Terneiros presos mugiam
na mangueira rodeada de crianças.
Galgando-se ripões, que por entremeios
o sol dourava em minhas mãos uma caneca
a espuma que pendia em sua borda era enleio
que alimentava minha alma já sapeca.
à mesa tomava leite numa garrafa de vidro.
Neste caminhar halófilo vejo tudo colmatado,
como num úbere de plástico eu tomo leite ensacado.
de forma leni me abraça.
Já no pojo da esperança
tomo leite posto em caixa.
Enfim, tudo se relança,
velho só eu e a vaca.
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