Tomarei sim do café seu enegrecido caldo
que espero complacente e devotado
o infuso que extrai, do grácil pó,
seu amargor pleno e encorpado.
Equilibradamente adoçado por cristais
vaza, no coador, o atro líquido.
Como um monge concentrado em rituais
a degustá-lo por não ser insípido.
Fumegante e quente como brasa,
flui pelo coador como o tempo na ampulheta.
Exala-se, da cozinha para toda a casa,
o agradável cheiro da bebida preta.
Enfim, posso sorver a impregnar-me
de tão lauto sabor em doses poucas.
Nada supera o sabor do seu café
a não ser os beijos que me dá na boca.
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