Minha alma anseia correr os campos,
levar aos trancos um corpo alquebrado
para campear em longas caminhadas
ou cavalgar, correr os prados.
Qual jovem forte e destemido
ouvir as águas em seu murmurar.
Cruzar os rios empedernidos.
Ouvir cães latindo a me acompanhar.
Lançar canoas nas cachoeiras.
De beira a beira nadar nos rios.
Sentar sozinho à sombra dos matos
ouvir dos pássaros cantos e pios.
Voltar pra casa feliz, cansado.
Ver desmaiado o sol a se pôr.
Ouvir no rádio modas de viola
que me consolam e falam de amor.
Que sonho bom, hoje desvanecido
por mim foi vivido em áureos tempos.
Hoje meu corpo de tudo carece,
já não obedece meus pensamentos.
BEIRA DE ESTRADA (193)
Há 16 horas